domingo, 7 de fevereiro de 2010

Blocos e hachuras – Episódio I

Sim, estas entidades do AutoCAD podem ser amigas...

Creio que todas as pessoas que trabalham com desenho arquitetônico buscam uma apresentação “vistosa” de seu trabalho em um layout mais amistoso do que a simples representação técnica. Isto facilita principalmente aos leigos no assunto a compreensão da proposta gráfica baseando-se principalmente na ambientação humanizada e contrastes nos elementos arquitetônicos.

Tais plantas humanizadas tendem a ser produzidas fora do AutoCAD, em programas de edição de imagens, como o Adobe Photoshop, outros programas programas vetoriais como o Corel Draw ou ainda de maneira mais integrada com o Autocad, utilizando o Autodesk Impression.

Todas estas opções acabam tomando tempo e todos sabem que tempo é dinheiro.

Então em muitas ocasiões de orçamento=tempo apertado, a apresentação acaba não sendo tão completa, mas ainda assim podemos manter um pouco da qualidade gráfica no próprio Autocad. Esta qualidade passa obrigatoriamente pelo uso de blocos e hachuras tanto pela facilidade de criação e edição como por manter um número reduzido de objetos para selecionar, entre outras vantagens.

Sabemos no entanto que hachurar é historicamente motivo de dor de cabeça pra muita gente, principalmente com o uso de blocos.

Listarei então algumas dicas de como facilitar este trabalho. Chamei este tópico de Episódio I, pois tenho certeza que este texto não é definitivo e que os demais colaboradores provavelmente tenham outras dicas importantes.

Vamos lá...

Dica 01 – splines

As splines sempre dão dor de cabeça aos sistemas de captura de áreas fechadas. Recomendo editar o bloco convertendo as splines para polilines, isto pode ser realizado utilizando a lisp spl2pl.vlx disponível pela web ou se você está utilizando o AutoCAD 2010, pode usar o splinedit com um duplo clique na spline. Veja que em ambas as situações você tem opcionais de número de segmentos criados, verifique para que não fique com muitos segmentos mas nem muito “facetado”.

Dica 02 – contorno do bloco

Sempre que possível tenha o contorno do bloco em um único ou em um menor número possível de objetos, isso facilita tanto par escanear a área hachurada quanto na necessidade de dar trim na hachura. Quando não é possível, recomendo criar uma poligonal em torno do bloco em um layer não plotável e próximo dele, por exemplo criar um bloco de cadeira com dimensões aproximadas de 50 cm x 50 cm e fazer um contorno que fique totalmente externo a 1 mm de distância e que seja um objeto único.

Dica 03 – island detection

Nas propriedades da caixa de diálogo de Hachuras normalmente o Island detection que nos interessa para uma planta baixa é o Outer, pois do contrário a hachura pode acabar vazando para dentro de uma ilha do bloco.

Dica 04 – tela gráfica

Tente enquadrar o zoom ao máximo no compartimento que será hachurado, reduzindo assim a área que será analizada pelo AutoCAD.

Dica 05 – layers

Tente deixar ligado o mínimo de layers necessários para hachurar a área, reduzindo o número de objetos analisados.

Dica 06 – linhas coincidentes

Com certeza vai ficar mais difícil o cálculo se o bloco tiver pontos de intersecção não muito definidos. Mas o que seria isso? Por exemplo: um bloco de fogão que está encostado na parede, o AutoCAD vai ter que fazer um cálculo a mais apenas para verificar se realmente este bloco toca a parede ou não. Se eu afastar um pouco, meio centímetro que seja, o programa irá identificar automaticamente que não está encostado. Para a plotagem não faz diferença, pois é uma pequena distância.

Obs: realizei um teste com um retângulo e dez blocos de bacias sanitárias em um computador não muito bom. Os resultados: uma diferença de tempo analizando a área de aproximadamente 20 segundos para os blocos encostando na parede e 3 segundos para os blocos afastados.

Dica 07 – blocoteca

Considerando que seus blocos serão utilizados sempre, convém manter sua biblioteca otimizada. Um bloco “ruim” é um erro que se repete a cada inserção. Antes de utilizar um bloco, abra o arquivo .dwg, purgue o que for necessário, converta linhas para polilines unindo o que for possível, use o overkill para reduzir elementos desnecessários, ajuste os layers de acordo com seu padrão, converta as splines, crie o contorno externo se necessário. Pode até dar um pouco de trabalho no começo, mas é menos dor de cabeça depois.


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